Formado pelos atores Domingos Montagner (Salve Jorge e Joia Rara) e Fernando Sampaio, o Grupo La Mínima, de São Paulo, apresenta o espetáculo “Mistero Buffo“, escrito em 1969 e continuamente representado e modificado em função da resposta do público. A obra é considerada o símbolo da frota textual do italiano Dario Fo (Nobel de Literatura, agraciado com o título em 1997, e também o dramaturgo vivo mais representado no mundo). Trata-se de um texto político, dos mais claros, desde suas primeiras apresentações.
Dario retorna à Idade Media, à maneira que os jograis – conjunto de pessoas que declamam, lendo trechos literários, divididos em partes individuais e corais -, interpretavam a Bíblia e o Evangelho, para encenar suas parábolas do comportamento do poder e de quem está submetido a ele. No total, são mais de 20 monólogos baseados em episódios sacros, com delicado respeito e sincera emoção.
INSPIRAÇÃO
Os dramas litúrgicos que contavam as histórias de Cristo e sua Paixão eram denominados de “mistérios”, durante o período medieval. Havia, no entanto, versões mais populares, geralmente realizadas por jograis. Para o povo, o teatro (e o teatro grotesco, em particular) sempre foi o meio principal de expressão, de comunicação e, também, de provocação de ideias.
Dario Fo, inspirado em suas pesquisas, recolheu episódios de jograis (giullarata, em italiano), adaptou-os à realidade atual e deu-lhes o título de Mistero Buffo. Exatamente por se tratarem de “mistérios” feitos em tons bufos ou profanos. O espetáculo reúne quatro destes quadros, adaptando-os à linguagem do palhaço.
A Ressurreição de Lázaro: do século 15, fala de um milagre muito conhecido, transformado num grande evento de celebridades.
O Cego e o Estropiado: uma moralidade do século 14, registrada por escrito graças a um grande jogral, Jean Lavy. É a história de dois miseráveis que se encontram e bolam um plano para pedir esmolas juntos. Mas, no caminho se encontram com um tal de Jesus Cristo…
O Louco e a Morte e O Jogo do Louco Debaixo da Cruz: estes quadros fazem parte dos chamados monólogos da paixão. Uma voz emocionada e inconformada contra os desígnios implacáveis dos desfavorecidos.
CONFERÊNCIA
O grupo realiza, ainda, a conferência “A Dramaturgia do Palhaço”. A ideia é que os participantes conheçam os conceitos do La Mínima e a importância do palhaço dentro da dramaturgia ocidental. O encontro será no domingo, 26, às 15 horas, no Teatro Plácido de Castro.
Teaser do espetáculo: https://www.youtube.com/watch?v=iL_JLgvAvEs
ESPETÁCULO
Quando: Dia 25, às 20h, e 26 de janeiro, às 19h
Local: Teatro Plácido de Castro –
Investimento: Ingressos a R$ 20 e R$ 10 (meia entrada)
Contato: (68) 3224-6090
(Agência de Noticias do Acre)